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Artista plástico e refugiado: Conheça o trabalho incrível de Lavi Israël Kasongo

 

Congolês morando no Brasil desde 2015, ele narrou um pouco da sua jornada em entrevista

 

   De acordo com a Acnur, em 2018 existiam mais de 5 milhões de congoleses refugiados se deslocando em busca de melhores condições de vida. A república democrática do congo (RDC) enfrenta uma complicada combinação de vulnerabilidades sociais, como a pobreza extrema entre a população, que são agravadas pelos conflitos armados e a instabilidade política.

   Um desses refugiados é Lavi, nascido na capital Kinshasa, que precisou sair do país após sofrer repressão política: ele e os amigos, estudantes de artes plásticas, fizeram um grafitti com críticas ao governo e passaram a ser ameaçados. “Perdi amigos e passei a me sentir inseguro. Sai de casa em um domingo, em fevereiro de 2015, e desde então não voltei mais.”

   Questionado sobre como decidiu vir a terras brasileiras, ele responde “Lá na África, muitos sonham em conhecer o Brasil. Tentei tirar o visto para a Itália primeiro, mas deu errado. Sempre gostei daqui, mas nunca me imaginei morando, sonhava apenas em visitar, foi quando consegui um visto de turista pra cá e decidi. O salário mínimo brasileiro é pouco, mas é um país bom pra se viver.”

   Lavi chegou sem falar português e sem conhecer ninguém. “Foi muito difícil no início, cheguei a dormir nas ruas, depois consegui ir para um albergue de refugiados.   

   Hoje posso dizer que me sinto acolhido: trabalhei em uma agencia de publicidade por quatro anos, me casei com uma brasileira, tenho meu ateliê e agora se Deus quiser serei professor em uma escola. Junto com os amigos que fiz, me sinto em casa.”

   Ele fala também sobre a falta que sente da família: “Estou metade aqui e metade lá (no Congo). Converso com a minha família pelo Messenger e WhatsApp todos os dias, tem dias que bate uma saudade, ligo pra saber como eles estão. É complicado, mas a gente acostuma.”

   “Gosto de todas as pinturas que faço, mas uma que eu gosto mais ainda é a que fiz em homenagem a Nelson Mandela, africano como eu. Se muitos de nós estamos em refúgio, é porque nossos dirigentes atuais são irresponsáveis, diferentes dele.           

   Mandela mudou a África do Sul da água para o vinho. Antes, os africanos do sul precisavam ir ao médico e estudar no Congo, já hoje tudo mudou: nós (os congoleses) que precisamos ir até lá.”

   Lavi já realizou exposições em São Paulo, Rio de Janeiro e em países como Noruega, Espanha e Argentina. Quer conhecer mais sobre o trabalho dele? Além das fotos disponíveis nesse post, ele está no Instagram como @laviisrael8.

Quer saber mais sobre a causa dos refugiados e como você pode ajudar? Dá uma olhada nesse vídeo que a nossa equipe preparou sobre o assunto:

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